quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Corrupção e prosperidade


Vivemos em nosso país um momento de grande indignação contra a corrupção e nosso povo busca mobilizar-se para enfrentar esse mal sistêmico. Nas ruas, nas redes sociais, em toda parte aparecem manifestações contra a corrupção. Infelizmente, a Igreja não está livre desse problema. Na semana passada, tivemos capas de revistas mostrando escândalos cometidos por proeminentes líderes “evangélicos”, acusados de desvio de dinheiro, de conduta farisaica e de engano ao povo, enquanto proclamam uma falsa teologia que ensina prosperidade. Essa falsa teologia gera inicialmente um crescimento numérico, mas que depois demonstra ser apenas inchaço doentio, que eventualmente explode.
Qual a semelhança entre a corrupção dos políticos e a teologia da prosperidade? Tudo começa no desejo desenfreado de querer ter mais do que se tem. O apóstolo Paulo alertou que “o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1 Tim. 6:10). O coração assim corrompido assume que está acima da lei e que pode se apropriar do que não é seu. A teologia da prosperidade ensina que “Deus quer que você tenha mais do que tem”, corrompendo corações por meio da idolatria a um deus utilitário (na verdade, sua própria cobiça) que nunca satisfaz.
O resultado natural é que chega o ponto em que algumas pessoas começam a perceber que essa teologia não tem alimento ou água de verdade, mas apenas ilusões. Outras percebem que quem fica rico mesmo são apenas os líderes religiosos, aproveitando-se da inocência do povo. Como dito pelo apóstolo, esse amor ao dinheiro conduz a um mundo de dores. Outro ponto triste disso tudo é o mau testemunho que se dá aos de fora da igreja, que por vezes assumem que tais são as práticas de todos os cristãos.
Embora uma teologia da prosperidade possa parecer atraente ao nosso coração corrupto e caído, precisamos saber que ela é falsa e que leva à morte e à vergonha.
Mas o evangelho de Cristo nos assegura que é o próprio Deus quem integralmente nos sustenta, assim como Ele tem cuidado até do mais simples passarinho desde a Criação. Esse evangelho nos ensina a receber, com contentamento, gratidão e responsabilidade, tudo aquilo que Deus nos dá, cientes de que é da sua Palavra que nos nutrimos, por meio da participação no sangue e no corpo de Cristo, e isso nos satisfaz completamente.
NOTA: Este texto foi publicado no boletim da Congregação Presbiteriana Semear em 18 de setembro de 2011. O texto teve importantes contribuições do meu irmão amado Cláudio Cruz.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Línguas e redenção


NOTA:Este breve artigo foi publicado no boletim da Congregação Presbiteriana Semear no dia 11 de setembro de 2011. Para um artigo mais completo lidando com estes temas, sugiro a leitura deste material escrito por meu professor Sam Larsen. Clique aqui.

Você já tentou aprender outra língua? Muitos de nós já passamos pela frustrante/excitante perspectiva de aprender uma língua nova. Alguns de nós sabem falar inglês, outros portunhol, outros arranham um francês ou até mesmo alemão. Tem a turma do grego e hebraico! Além dos que falam mineirês, gauchês ou pernambuquês!

Na bíblia as línguas são um tema muito interessante ao longo da história da redenção. A própria Bíblia foi escrita em três línguas (grego, hebraico e aramaico), mas há personagens que falam as mais diversas línguas. Não sabemos que língua Adão e Eva falavam, nem como esta se modificou depois da queda e ao longo dos anos. Depois do dilúvio vemos um enorme crescimento no número de povos, com os filhos de Noé se espalhando por toda parte. Sabemos ainda que logo no início da história humana Deus causou confusão entre os povos através de tirar a capacidade de uns entenderem os outros trazendo confusão sobre seus planos malignos (Gn. 11).

A diversidade de línguas, não é uma maldição como pensam muitos; Deus abençoa e mantém a essa pluralidade mesmo em sua obra redentora. A maldição aparece na confusão, na incapacidade de compreensão lingüística entre povos da Terra. No evento histórico que foi a vinda do Espírito Santo, Deus nos deu uma prévia do que um dia será realidade: pessoas de diversos países e línguas diferentes falavam em suas línguas, mas conseguiam se compreender! O dia de Pentecostes e a vinda do Espírito foram eventos importantíssimos na história da redenção; mas este dia foi apenas uma prévia do que ainda está por vir.

Quando João foi levado por Deus a ter a revelação que escreveu depois (o livro do Apocalipse) ele viu uma cena fabulosa, onde os redimidos de todo o mundo estavam diante de Cristo cantando louvores a ele. Ele viu “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro...” (Ap. 7:9). Note que João reconheceu que estavam cantando e louvando em línguas diferentes! Não era apenas uma única, mas várias línguas, porém as pessoas se compreendiam - como havia sido sinalizado Atos 2. Hoje sabemos poucas línguas, quando mais de uma. Mas a promessa bíblica é que um dia, numa realidade renovada por Deus, compreenderemos nossos irmãos de toda parte, em um culto eterno e ensurdecedoramente delicioso.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

John Stott


Como refletir acerca da morte de alguém que fez muita coisa boa, mas que escorregou em algumas coisas importantes? Nesta semana o mundo evangélico está cheio de reflexões e conversas acerca de John Stott. Ele foi um grande pregador e escritor inglês, morreu na quarta-feira aos 90 anos de idade. Stott serviu a Deus em seu tempo e foi muito usado para o trabalho da missão da igreja no século 20. Stott escreveu bastante e pregou muito bem, alguns de seus livros tornaram-se verdadeiros clássicos do cristianismo e serão lidos ainda por muitos anos. Se você ainda não teve o prazer de ser desafiado por seu material, sugiro começar pelo seu último livro, escrito pouco antes de morrer: “O discípulo radical.” Acima de tudo, John Stott era semeador.

Ele fez muito, sempre na força de Cristo. É fácil e até mesmo perigoso no anseio de elogiar e reconhecer, acabarmos por idolatrar e beatificar alguém. Como falar de um homem e honrá-lo sem estar dando glórias a ele? A compreensão que precisamos ter é que em nossa caminhada com Cristo seguiremos na luz dele, cada vez mais parecidos com ele. Stott foi grande pois seu mestre é grande.

Junto com as coisas boas, quando alguém morre temos de encarar o fato de que este não era perfeito e sermos cuidadosos em lidar com seu legado. John não era perfeito; em verdade, cometeu sérios erros teológicos que muitos já mostraram e que devemos evitar. Por que falar dele então? Pela mesma razão que vale falar de qualquer um dos redimidos – por causa do redentor. Todos nós, enquanto não chegamos lá, teremos de lidar com diversos pontos cegos em nossos corações. Apesar disso, a promessa é que esses pontos cegos passarão: “assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção; ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória (1 Coríntios 15:42).

John Stott foi importante para muitos de nós, pois ele sabia que não era importante em si mesmo. John Stott não era perfeito. Agora é.

(Esse texto foi publicado primeiramente no boletim da Congregaçào Presbiteriana Semear no dia 31 de julho de 2011).

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Novo blog paralelo - Reel Thinking

Este blog segue por um tempo ainda congelado em carbonita (nerd alert). Entretanto, fui convidado a me juntar a um outro blog, este em inglês, acerca de filmes e teologia; ou melhor, vendo filmes com as lentes das Escrituras
O endereço está aqui: www.reelthinking.wordpress.com
Espero sua visita!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fim de ano e de blog...por hora!

Queridos seguidores (todos os 3, ha!).
2010 chega a seu final e sinto muito ter meio que abandonado o blog no segundo semestre. Nos últimos dois anos aqui tem sido um local prazeroso para trocar idéias, comentar eventos e disseminar um pouco da palavra de Deus.
Desde setembro passado o tempo tem estado impossível, com compromissos de escola e trabalho que tem deixado muito difícil atualizar com o cuidado e carinho que creio serem necessários.
No momento não estou pronto pra encerrar o blog de vez. Vou deixar aqui, pode ser que alguma postagem antiga ainda tenha uso pra alguém. Espero voltar um dia.
Que Deus os abençoe nos anos que virão. Que vocês busquem conhecer mais e mais do pão da vida que desceu dos céus, Jesus Cristo.

Já já eu volto, mas ainda não!

Deixo aqui de despedida um vídeo com grandes momentos dos filmes da Pixar. Pra ficar com um gostinho bom na boca e começar bem o ano.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ipródigo

Quero sugerir um site bem bacana. Um pessoal de Brasília está a mais de um ano com o site Ipródigo, onde reúnem diversas fontes de ótimo material teológico. São artigos, vídeos, livros...material de qualidade excelente, geralmente do pessoal de linha reformada mais recente nos EUA, como Mark Dever, Al Mohler, Tim Keller e John Piper, além de material escrito por eles mesmos . Acho que vale muito uma visita!
www.iprodigo.com
alguns links diretos valiosos:
- Relato do pessoal do site sobre a Conferência Teológica da FIEL no mês passado, parte 1 (as outras estão disponíveis no site): http://iprodigo.com/noticias/iprodigo-na-fiel-dia-1.html
- John Piper falando sobre a importância de pensar, tratando de seu excelente livro novo - http://iprodigo.com/videos/pense.html

sábado, 18 de setembro de 2010

Desculpa musical

Tudo tem estado uma loucura, com trabalho, estudo, doença, computador quebrando. Sumi... como pedido de desculpas mando esse delicioso vídeo de gênios fazendo música juntos. Yo-yo Ma, Bobby McFerrin...